Kisunla: O Novo Avanço no Tratamento do Alzheimer
- Alzheimerebook

- 29 de abr.
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Atualizado: 4 de jul.
A Aprovação do Kisunla pela Anvisa
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, em abril de 2025, o Kisunla (donanemabe). Este é o primeiro medicamento no Brasil capaz de atuar diretamente na causa do Alzheimer. Ele funciona removendo as placas de beta-amiloide do cérebro. O anúncio desse medicamento representa um marco significativo na luta contra a doença. No entanto, também levanta questões importantes sobre o acesso e o custo do tratamento.
Como o Kisunla Funciona
Desenvolvido pela farmacêutica Eli Lilly, o Kisunla é um anticorpo monoclonal. Ele é indicado para pacientes com Alzheimer em estágio inicial. Isso inclui pessoas com comprometimento cognitivo leve ou demência leve. O medicamento age ligando-se aos aglomerados de proteína beta-amiloide. Isso facilita a remoção das placas, retardando a progressão do declínio cognitivo e funcional.
Eficácia do Kisunla em Estudos Clínicos
Estudos clínicos internacionais demonstraram que o Kisunla pode retardar em até 35% o avanço da doença em pacientes nos estágios iniciais. Ele também pode reduzir em até 39% o risco de progressão para fases mais graves. Além disso, após 18 meses de tratamento, o Kisunla removeu as placas amiloides em até 76% dos pacientes. Isso representa uma nova esperança para muitos.
Preço e Disponibilidade: Uma Barreira Real
O Kisunla ainda não tem preço definido no Brasil. A comercialização depende da aprovação da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). Nos Estados Unidos, o tratamento custa cerca de US$ 12.522 por seis meses e US$ 32.000 por ano, ou aproximadamente R$ 183 mil na cotação atual. Cada frasco custa US$ 695, que equivale a cerca de R$ 4 mil.
A expectativa é que o valor no Brasil seja mais acessível. Entretanto, o custo continua sendo elevado para a maioria das famílias brasileiras. O processo regulatório para definição do preço pode levar até três meses após a aprovação da Anvisa.
Cobertura por Planos de Saúde e SUS
Diante do alto custo, surge a dúvida: quem poderá pagar por esse tratamento? A legislação brasileira prevê que, após o registro na Anvisa, os planos de saúde devem fornecer medicamentos prescritos para doenças cobertas. Isso inclui justificativa médica e laudos que comprovem a necessidade e a ausência de alternativas eficazes. Caso haja recusa, o paciente pode recorrer à Justiça.
No caso do Sistema Único de Saúde (SUS), o Kisunla ainda não está no protocolo oficial. No entanto, é possível exigir judicialmente o fornecimento do medicamento. Isso se baseia no direito constitucional à saúde e no registro do medicamento na Anvisa.
Efeitos Colaterais e Perfil de Uso
O Kisunla é administrado por infusão intravenosa mensal. A dosagem inicial é de 700 mg nas três primeiras doses, e, a partir da quarta, 1.400 mg por mês. O tratamento pode durar até 18 meses ou até a remoção das placas amiloides. Os efeitos colaterais mais comuns incluem inchaço cerebral, pequenos sangramentos, reações alérgicas e dor de cabeça.
O Posicionamento do Alzheimerebook
O Alzheimerebook, uma plataforma referência para pacientes e cuidadores, apoia a aprovação do Kisunla. Eles consideram isso um avanço científico inegável. No entanto, reforçam a necessidade de políticas públicas que garantam acesso universal. Isso está em linha com a Lei nº 14.878/2024, que institui a Política Nacional de Cuidado Integral às Pessoas com Doença de Alzheimer.
"A aprovação do Kisunla deve ser acompanhada de medidas concretas para reduzir desigualdades no acesso, especialmente no SUS", afirma o site. Eles destacam o compromisso com a defesa de tratamentos baseados em evidências e na equidade.
Nova Perspectiva, Desafios Antigos
A aprovação do Kisunla inaugura uma nova era no combate ao Alzheimer. Contudo, seu sucesso dependerá de ações conjuntas entre governo, laboratórios e sociedade civil. É necessário superar desafios como preços abusivos e infraestrutura limitada. Enquanto isso, os pacientes e suas famílias devem buscar orientação médica especializada. Isso é crucial para avaliar a elegibilidade e os caminhos legais para acesso ao tratamento.
Para Quem o Kisunla é Indicado
Kisunla é indicado para adultos com doença de Alzheimer em estágio inicial. Isso inclui comprometimento cognitivo leve ou demência leve. É importante que esses pacientes apresentem confirmação da presença de placas de beta-amiloide no cérebro através de exames apropriados. A indicação é preferencialmente para pacientes que não são homozigotos para o gene ApoE ε4. Isso se deve ao maior risco de efeitos adversos em homozigotos.
Quem Não Pode Usar Kisunla: Restrições e Contraindicações
O medicamento é contraindicado para pacientes em uso de anticoagulantes, como varfarina. Também não é indicado para aqueles com diagnóstico de angiopatia amiloide cerebral (AAC) na ressonância magnética antes do início do tratamento. Pacientes homozigotos do gene ApoE ε4 enfrentam maior risco de efeitos adversos graves, como inchaço cerebral e hemorragias.
Restrições de Uso
Kisunla não deve ser utilizado em pacientes com doença de Alzheimer em estágios moderado ou avançado. Também não é adequado para pessoas sem confirmação de patologia amiloide. É essencial que o tratamento seja sempre acompanhado por uma equipe médica especializada. O monitoramento rigoroso é necessário para a detecção precoce de possíveis efeitos colaterais e complicações.
Com isso, o Kisunla surge como uma alternativa promissora no tratamento do Alzheimer e muda a maneira como a doença é abordada.




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